«Meet me in Montauk»
O culto à inteligência. Reflexão em bruto sobre a magnitude do amor. Um argumento soberbo. Jim Carey no seu melhor (dramático). E há sempre uma frase depois do amor. Sempre a mesma. Aquela que palpita nos corações destroçados e que teima em não desaparecer. A frase é "Meet me in Montauk", pois claro. E toda a encenação do ex-amor. A tentativa desesperada de eliminar o romance "trágico" do cérebro, tão difícil e, ao mesmo tempo, tão doloroso. Os caminhos percorridos nesse labirinto que constitui a dor. A saudade. O trágico. As fronteiras entre o consciente e o inconsciente. A tradução do título para português- «despertar da mente» - é apenas o mote para o que resta do filme: lucidez profunda no percurso percorrido entre o consciente e o inconsciente. Estamos perante aquele que considero o filme de eleição para revisionamentos múltiplos. Porque há sempre uma nova explicação para o "paraíso perdido". Com efeito, há repetidas carapaças que ocultam o génio da história. Se, ainda por cima, pensarmos que esta obra prima ressuscitou Kate winslet e Elijah Wood ficamos ainda mais contentes.
Destarte, deixa-nos antever determinado destino como pano de fundo para o encontro entre Joel e Clementine. Mas, no caso, como em tantos outros, pode não ser um encontro pacífico. E não vale a pena argumentar com o amor. No fundo, meus amigos, apetece recitar o título da musica padrão: "everybody gotta learn sometime", do Beck. E, devidamente ressalvada a tautologia: "Eternal Sunshine of the Spootless Mind" é mesmo eterno!