quarta-feira, março 29, 2006

Out of Africa (1985)

Denys Finch-Hatton (Robert Redford) com Karen Blixen (Meryl Streep)

Esta viagem de Sidney Pollack sobre África demonstra como a técnica narrativa do Primeiro Mundo consegue subjugar tudo o resto na sua procura de lucros e arte, este épico do cinema é uma mistura de romance e narração de viagens astutamente produzida.
O projecto duma adaptação das memórias de Karen Blixen que já interessara a Orson Welles, além de David Lean (lembrando "Passage to India") acabou por ser transportado para a sétima arte, graças à atracção de Pollack pela história de vida desta escritora dinamarquesa.
Na edição publicada em livro, Blixen resume a sua passagem por África como : "Um grande arco que, do apogeu da felicidade num lugar paradisíaco com o homem mais apto a partilhar a sua vida, leva-a à perda de tudo e, apesar de tudo, a sentir-se mais forte".
A paisagem deslumbrante domina este filme inteiramente filmado no Quénia, onde cada plano é uma maravilha, cada cena uma pérola - tendo como momentos altos - um safari de aeroplano, pedaços de vida selvagem capturados in loco, e a revigorante bonança da banda sonora emocionante de John Barry e Mozart.
Com efeito, este filme revela-nos um glamour controverso em que emergem duas relações obscuras : a relação de Karen com a sua quinta, onde se debate com a luta, o sacrifício e a doença (Sífilis) e a relação com Denys, uma fogueira ardente mas marcada pela independência total entre ambos.
O olhar de Denys é o do aventureiro romântico e carinhoso, aquele que não exige nada em troca, opondo-se ao olhar de posse que caracteriza os restantes brancos da colónia (sobretudo de Bror - marido de Karen ).
Na realidade, a presença extemporânea de Denys acabará por não preencher totalmente Karen que sofre de um sentimento "só" (uma solidão civil - marcada pela necessidade de uma relação segura???).
A Talho de foice, é importante salubtar que a subtil memória saudosa do colonialismo que este filme veio trazer acabou por ser retomada por outros filmes do mesmo tempo e da mesma maneira, e quase todos com o beneplácito da Academia : "Ghandi, a Passage to India" ou "Color Purple", de Spielberg, tendo ambos sido relegados para segundo plano face a este filme de Pollack.
O curioso da Tagline do filme reside na exploração do binómio paixão - amor e no seu balanço até ao reduto final trágico.
Em conclusão, venceram os que gostaram do filme (e o entenderam) porque aquele discurso final de Karen no funeral de Denys transmite uma verdadeira força romântica...



*Ao falar do papel dos livros numa colónia, no início do século XX, escreve Karen Blixen: "Há um lado da nossa vida que só eles preenchem e, devido a isto, consoante a sua qualidade, sentimo-nos mais gratos para com eles, ou mais indignados com eles, do que num país civilizado."

sábado, março 25, 2006


"And as the day wore on, David thought it was the happiest
day of his life. All the problems seemed to have disappeared
from his mind".

segunda-feira, março 13, 2006

Me & Mrs.Jones...


Me and Mrs. Jones,
we got a faith going on,
We both know that it's wrong
But it's much too strong to let it cool down now.

We meet every day at the same cafe,
Six-thirty I know she'll be there,
Holding hands, making all kinds of plans
While the jukebox plays our favorite song.

Me and Mrs. Jones,
we got a thing going on,
We both know that it's wrong,
But it's much too strong to let it cool down now.

We gotta be extra careful
that we don't build our hopes too high
Cause she's got her own obligations and so do I.

Me, and Mrs. Jones,
we got a Faith going on,
We both know that it's wrong,
But it's much too strong to let it cool down now.

Well, it's time for us to be leaving,
It hurts so much, it hurts so much inside,
Now she'll go her way and I'll go mine,
But tomorrow we'll meet the same place, the same time.