segunda-feira, abril 27, 2009

África Minha

A escrita propaga por campos e aldeias, sobrevoando - em avioneta - os nenúfares que cobrem lagos enlameados. Há terra e musgo. Lá, onde o amor circundou uma fogueira e esta selou o divórcio. Karen Blixen explica o porquê. Entretanto, segue a união entre o animal e o Homem, qual tratado zoófilo. Do leão ao elefante, passando pela ave rara. O personagem é o "amor". Entre aspas porque não seria amor sem o fim, tal como o fim nada seria sem o amor. Sidney Pollack aceita o fim e Karen Blixen? (deduzimos que sim, através da plenitude das suas palavras): «Tive uma fazenda em África, no sopé das montanhas Ngongo.O equador passa a sessenta quilómetros a norte desta região e a fazenda ficava a uma altitude de mais de dois mil metros. Durante o dia sentíamo-nos mais perto do sol, mas as madrugadas e os fins de tarde eram límpidos e tranquilos e as noites frias.A situação geográfica e a altitude combinavam-se para criar uma paisagem inigualável. A terra não era farta nem luxuriante; era África destilada por dois mil metros de altitude, a essência forte e depurada de um continente». Será manifestação de espírito democrático? o ora escriba entende que sim. Em tempo de lembrar a revolução de Abril, convem salutar os que aceitam o resultado final. Não se trata de haver vencedores ou vencidos, mas do FIM. Adorámos Out of Africa mas aceitemos o seu final.

P.s. Afinal de contas, o continente é tórrido e longínquo, deixemo-lo ali, belo, diferente, distante.. África no seu caminho!