quinta-feira, julho 23, 2009

Easy rider


Este filme magistral retrata o país americano dos anos 60 - rural e urbano - estradas de cimento numa paisagem global que enquadra montes, desertos, rios, praias, lagos, campos, vales; todos enlameados na redoma de contrastes.
A obra prima do género road movie configura um tratado que elogia os caixeiros viajantes do globo, elegendo duas ideias fundamentais para a felicidade: raça e lugar.
«De que cidade sou natural ? o nome dela é grande..complexo, vim para aqui porque me fartei das cidades».
Esta utilização sucessiva de mensagens metafisicas enriqueceu o guia temático, sobretudo pelo tratamento que é dado aos três (Peter Fonda, Dennis Hooper e Jack Nicholson), numa lógica de terapia de grupo contra a sociedade conservadora e religiosa da américa profunda.
A viagem funciona como tratamento contra a "doença" mas esta via falha, dando a ideia que a rebelião é insuficiente porque «só o tempo pode mudar uma sociedade».
A morte aparece assim como a pedagogia encontrada para contar a história de uma civilização rendida aos preconceitos de raça, religião e sexo, num tempo em que se associa cabelo comprido a homosexualidade...
Os planos supremos mostram um país belo mas com seres humanos feios, superiorizando este filme aos demais, no género road movie, a saber:
«Natural Born Killers», «Diarios de Motocicleta», «Thelma&Louise» e «Little Miss Sunshine».