Por vezes olhamos para as coisas com aquele desdém próprio da idade, um sentimento de certeza ausente muito pouco caracteristico no adulto. Mas temos a breve sensação de já ter visto. Temos sempre. É o que apetece dizer deste inestimável momento. Olha, olha..olha. E vê aquela mensagem teatral, Brechtiana ou outra qualquer. Mas ela está lá palpável e circundante.
E muitas vezes acordamos e pensamos: «chegou a sensação do paraíso perdido». E então reagimos com brutalidade, acaso ditado pelo peso da revolta. Uma nuvem passageira, pois claro. A verdade chega com o sangue. Mas ainda não é o momento. Grace sente, Grace pensa, Grace ajeita-se, cede, mas Grace não resiste ao paraíso perdido. E encontra-se com John Milton. Não há uma imagem clara daquele pensamento.
Na verdade, apenas o grito das balas acordou os gemidos de Dogville. E não vale a pena disfarçar isto. Será orgulho, vingança..? nunca o saberemos. Sabemos sim que a sede de sangue apareceu sem avisar. Grace não o previu.
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