sexta-feira, julho 20, 2007


Qual o significado comum entre um esgar de palhaço, um jogo de palavras, um quiriproquó de vaudeville, uma requintada cena de comédia? Ora, a resposta a essa pergunta está no desabrochar do sorriso! E o cinema fê-lo com este «Sunrise - song of two humans», uma destilação que nos traz a essência, sempre a mesma, a que tantos e tão diversos blockbusters vão buscar o seu odor indiscreto ou o seu delicado perfume. Isso é o que há no fundo de risível...

quinta-feira, julho 19, 2007

friends will be friends...


8 ½

Carla com Guido

Um pente, aquele pente que falta nas palavras de Guido. Porque, neste particular, avultará a visão de Claudia, musa inspiradora de Guido, sempre envolta numa aura de beleza, glamour e sensualidade. Ambos consagram o cinema como um verdadeiro bailado de planos de beleza suprema. Nem mesmo o facto de tratar a tragédia de um Homem, impedirá este filme de relevar no TOP. E porque há um encadeamento sucessivo, como se de valsas se tratasse, uma maré que transporta o espectador para um plano elevado.
E a misteriosa crise de inspiração acaba misturada com um "laissez faire" de Anselmi, um homem estranhamente acabado para o intelecto, portador no seu âmago de um (des)ânimo fundamental para o enfoque do culto.
Otto e Mezzo cultiva a diferença que representa o ponto de vista de um Homem, e é esse o desiderato. O ser diferente é como ser um lobo, mas não um lobo mau.

quarta-feira, julho 18, 2007

Marcello Rubinni com Sylvia


O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

(Pessoa, «poesia inédita»)
Van Gogh "Banco de pedra no jardim do asilo"


O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)

Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...

(Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos", 8-3-1914)

Uma vez encontraram-se, gostaram-se, enamoraram-se de romance...e um dia houve um problema de expressão, e ele persistia (todos os dias), mas voltaram, abraçando-se, e foram felizes para sempre...
«Só pra dizer que te Amo,Nem sempre encontro o melhor termo,Nem sempre escolho o melhor modo.Devia ser como no cinema,A língua inglesa fica sempre bem.E nunca atraiçoa ninguém.O teu mundo está tão perto do meu.E o que digo está tão longe,Como o mar está do céu.Só pra dizer que te Amo.Não sei porquê este embaraço.Que mais parece que só te estimula.»

terça-feira, julho 17, 2007

Eles não sabem que o sonho...


António Gedeão escreveu a pedra filosofal. Deu uma canção gira. É um verdadeiro tratado do Mundo de Sofia, só que é em português. O Mundo já só conhece obras de Jostein Gaarder, nietzsche, e afins.. Mas esta pedra lembra aquele livro que trata dos ditâmes sobre o riso, do Henri Bergson. E mais.. Vale um Siddharta ou lobo das estepes, do Hesse - qualquer prerrogativa sobre o sonho - um Miguel Esteves Cardoso, no amor puro ou na causa das cousas.
São palavras tais que conduzem à imensidão da existência, não me refiro a nenhuma utopia do Moore, não, mas a um túnel com uma luz ao fundo. Acho que é isto a filosofia. E por isso, Dalai Lama diz umas coisas, que já Gandhi dissera.
Aquela corrente de pensamento que nos conduz para um ideal. Mas atenção, não pode ser praticável senão tendencialmente.
A súmula de pensamentos vagos formará uma bola de neve e vai auto-determinar-se no futuro, influenciando mentalidades e comportamentos.

Nota: Esta é a razão porque a filosofia deve ser disciplina obrigatória nos programas do secundário.

Quando o cinema era belo...


Vai nessa blow up



Cardinale a 8 e meio




Elipse de Vitti



«Natural Born Killer»


Grace na ville