quinta-feira, janeiro 10, 2008

Vivre sa vie


A sensação que me assaltou durante o visionamento desta obra prima "quase" me transformou um fã do Ser Mulher de Anna Karina. "Quase" porque o rosto angélico esconde fragilidades pessoais e humanas que encontraremos lá mais para a frente.
A transformação de Nana em prostituta (há quem lhes chame "Flores de Xangai", Godard também lhe dá um apelido eufemístico) se bem que forçada pelo contexto social encontra eco na ambição desmedida e insegurança de Nana. Ora, tal revela-se-nos profundamente perturbador.
Alguns de nós encontramos quiça familiaridades na personalidade e traços físicos desta Mulher em outras cidadãs do Mundo.
Este retrato dictómico que é simultaneamente agridoce e/ amargo do periodo da Nouvelle Vague (1962) é aconselhável para uma reflexão do Ser de Nana, tanto faz se chorando compulsivamente sob a égide da Champs-Élysées ou se dialogando sobre o silêncio.
A filosofia encerra o filme com chave de ouro.