O Descanso do Guerreiro
As palavras, sejam quais forem, não esgotam a dimensão humana do meu professor de finanças públicas. De pé e em ziguezague permanente, o professor Sousa Franco diambolava pelos cantos do anfiteatro 1 onde espalhava um perfume de brilhantismo e classe reconhecidas por todos os seus alunos. Nesse espaço leccionava, entre outras matérias, sobre o Pacto de estabilidade e crescimento. Este é pois, um tema, que quanto a mim aglutina todas as medidas erradas que cometeu o actual governo ao nível das finanças públicas e que são a causa do seu insucesso.
Com efeito, ensinou-nos o professor Sousa Franco que o Pacto de estabilidade e crescimento seria um projecto erróneo para a europa, um “aborto” do ponto-de-vista político ( pelo incumprimento previsível da seu próprio mentor- a Alemanha ), do ponto-de-vista social ( questão sempre relevante e essencial no discurso que implementava ), e finalmente do ponto-de-vista económico.
Por isso, disse o mestre, em tom até de alguma coragem e desafio, e com um sorriso que lhe era habitual, que desaconselhava o seu cumprimento.
Assim, no fim de dois anos de governo que optou por uma politica diametralmente oposta, são sobejamente conhecidos os resultados... :
- Queda do investimento público, justiça social não prosseguida, défice orçamental mantido (4,1%), desincentivo ao consumo derivado do pessimismo das pessoas e com o consequente caos na economia... a Alemanha não cumpriu...o Professor alertara-nos em 2001... e como que adivinhara o futuro !
Não tenho dúvidas em afirmar que Sousa Franco era um “cromo” de finanças públicas, e mais que isso, era a facilidade de trato para com os alunos que ainda mais o caracterizavam; uma disponibilidade absoluta para esclarecer dúvidas, uma generosidade na atribuição de notas e ainda de pedagogia e sentido de humor indescritíveis... qualidades estas que o elevaram, sem surpresa, para a categoria de Presidente do Conselho Directivo.
Neste âmbito, e com profunda tristeza penso que perdemos um grande Homem na faculdade e no país.
P.S. A vida não vale menos por terminar a qualquer altura sem aviso prévio, o seu valor maior ou menor está antes relacionado com a qualidade e humanidade da pessoa que nela existiu e que no Mundo coabitou.
O Fim representa apenas a última fase da vida, não releva o modo nem o tempo em que chega.
O Final está pois reservado para as memórias e são elas que nos permitem alcançar o verdadeiro sentido daquela vida. ( Obrigado pelos ensinamentos professor e força onde quer que esteja...)
As palavras, sejam quais forem, não esgotam a dimensão humana do meu professor de finanças públicas. De pé e em ziguezague permanente, o professor Sousa Franco diambolava pelos cantos do anfiteatro 1 onde espalhava um perfume de brilhantismo e classe reconhecidas por todos os seus alunos. Nesse espaço leccionava, entre outras matérias, sobre o Pacto de estabilidade e crescimento. Este é pois, um tema, que quanto a mim aglutina todas as medidas erradas que cometeu o actual governo ao nível das finanças públicas e que são a causa do seu insucesso.
Com efeito, ensinou-nos o professor Sousa Franco que o Pacto de estabilidade e crescimento seria um projecto erróneo para a europa, um “aborto” do ponto-de-vista político ( pelo incumprimento previsível da seu próprio mentor- a Alemanha ), do ponto-de-vista social ( questão sempre relevante e essencial no discurso que implementava ), e finalmente do ponto-de-vista económico.
Por isso, disse o mestre, em tom até de alguma coragem e desafio, e com um sorriso que lhe era habitual, que desaconselhava o seu cumprimento.
Assim, no fim de dois anos de governo que optou por uma politica diametralmente oposta, são sobejamente conhecidos os resultados... :
- Queda do investimento público, justiça social não prosseguida, défice orçamental mantido (4,1%), desincentivo ao consumo derivado do pessimismo das pessoas e com o consequente caos na economia... a Alemanha não cumpriu...o Professor alertara-nos em 2001... e como que adivinhara o futuro !
Não tenho dúvidas em afirmar que Sousa Franco era um “cromo” de finanças públicas, e mais que isso, era a facilidade de trato para com os alunos que ainda mais o caracterizavam; uma disponibilidade absoluta para esclarecer dúvidas, uma generosidade na atribuição de notas e ainda de pedagogia e sentido de humor indescritíveis... qualidades estas que o elevaram, sem surpresa, para a categoria de Presidente do Conselho Directivo.
Neste âmbito, e com profunda tristeza penso que perdemos um grande Homem na faculdade e no país.
P.S. A vida não vale menos por terminar a qualquer altura sem aviso prévio, o seu valor maior ou menor está antes relacionado com a qualidade e humanidade da pessoa que nela existiu e que no Mundo coabitou.
O Fim representa apenas a última fase da vida, não releva o modo nem o tempo em que chega.
O Final está pois reservado para as memórias e são elas que nos permitem alcançar o verdadeiro sentido daquela vida. ( Obrigado pelos ensinamentos professor e força onde quer que esteja...)
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