sexta-feira, maio 02, 2008

«Calling all angels» não é Cinema mas podia ser. Não é poesia. Porque não é arte. É um pacto com a amplitude das sensações boas e, se bem que lhe possamos chamar "estado de nirvana", é mais do que isso, trata-se da origem ancestral e instintiva do Homem: o belo, a harmonia...o equilíbrio!


«O cinema é a arte de fazer acontecer coisas bonitas a Mulheres bonitas» (François Truffaut).


De facto, um gajo vê o la mariée était en noir e nota que o filme tem uma lenta e dolorosa vingança de Jeanne Moreau determinada a matar, um por um, os cinco assassinos do seu noivo, morto na igreja quando ainda decorria o casamento, e, claro, resvala no remake do Quentin Tarantino «Kill Bill», inspirado nesta incursão do Truffaut pelo estilo Hitchcock.*


...também a Jeanne Moreau é mais bonita que a Uma Thruman, exemplo perfeito de conquista, independência e escolha livre.


*E pronto (isto sou eu a pensar enquanto escrevo), não etiquetar o denominado género noir ao Hitchcock é um excelente princípio para se perceber do assunto. Terei de dar razão a certos gajos que insistiam que o estilo noir não nasceu, não cresceu e não morreu em Hitchcock, exemplo de charneira: o cineasta Jean-Pierre Melville (Le Samourai, entre muitos outros filmes).


Os temas obsessivos do cineasta francês sempre foram os mesmos: mulheres, livros e cinema :)