segunda-feira, fevereiro 06, 2006

"Meu querido Diário"



Este filme é um misto de comédia e documentário auto-biográfico dirigido e interpretado por Nani Moretti. O filme, que valeu ao cineasta o prémio "Melhor Realizador" no Festival de Cannes de 1994, está dividido em três partes. Na primeira história, Moretti percorre as ruas de Roma, no Verão, ao guiador da sua vespa. Na segunda, viaja com um amigo pelas ilhas da Sicília e na terceira consulta vários médicos por causa do linfoma que teve.
A viagem de Moretti na sua lambreta «Vespa» pelas várias urbanizações degradadas da cidade de Roma, os comentários e a ironia sobre os vicíos de uma sociedade renascida depois da década de 70.
Não esquecer o vislumbramento sobre as ilhas desde Lipari até Stromboli (esta última com um vulcão em erupção).
Todo o filme se centraliza numa critica ao cinema comercial, quando Nanni Moretti visita as diversas salas de cinema romanas e consta que não passam de puro entretenimento balofo e desprovido de conteúdo...até que acaba por nos transportar para o local onde um dos maiores cineastas de sempre, Pier Paolo Pasolini foi assassinado, parecendo deixar no telespectador uma noção de saudade do cinema eterno...
O 2º acto transporta-nos para a sátira aos meios de comunicação...a "vitima" do 2º acto é a televisão pública (personificada atravès do personagem "Gerardo" que durante 30 anos não vê T.v. mas que acaba por um dia se tornar telenovelodependente...).

Moretti descobre o prazer de brincar com uma bola


Nanni Moretti visita Lipari, onde vive Gerardo, o amigo que se dedica a estudar o "Ulisses" de James Joyce. Mas a calma e tranquilidade que tanto um como o outro ambicionam foge-lhes a cada passo, à medida que deambulam pelas outras ilhas - de Salina a Panarea - a norte da Sicília.
Quando parecem ter encontrado a paz, na mais selvagem Alicudi, uma ilha sem electricidade, e sem televisão, o mais recente fascinio de Gerardo por telenovelas acaba por deitar tudo a perder.



Moretti com Gerardo na ilha de Lipari


Finalmente, no 3º acto Nanni Moretti trata da relação que mantém com a sua doença. Esta consiste numa comichão intensa nos braços e nas pernas e que o levará a frequentar diversos médicos e conhecer os podres do sistema.




Um bom filme...

10 Comments:

Blogger Hugo said...

Pier Paolo Pasolini e não PIERLO Paolo Pasolini. É toda uma grande diferença...

12:03 da tarde  
Blogger Apolo said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

5:12 da tarde  
Blogger Apolo said...

Embora não utilizando a terminologia mais correcta (e como NINGUÉM é perfeito!) o mais importante neste post é reflectido na qualidade da análise cinematográfica do "mui" ilustre autor do post (autor do blog idem), a qual não merece qualquer reparo mas uma simples congratulação. Iluste, força! Continua assim! E não ligues a vozes pseudo-pedagógicas...

5:14 da tarde  
Blogger Hugo said...

Convenhamos que essa ideia de querer dividir um filme em partes, tipo fatias de pizza, sempre me meteu confusão... Mas é uma técnica analítica muito usada.

Ah, e não há análise cinematográfica. O termo correcto é estoutro: "análise fílmica". Jurista que é jurista prima pelo rigor das palavras, seja qual for o campo em que se move.

10:04 da tarde  
Blogger Tiago Barra said...

Caro Hugo Alves,

Agradeço o reparo, não tenho dominio fluente na lingua italiana, são erros naturais.
Não creio que esse não dominio possa colidir com a qualidade de análise sobre um tipo de cinema que me agrada particularmente.
Não concordo quando assenta que "É toda uma grande diferença", que eu saiba, o realizador em causa é conhecido como 'Pasolini' e não como 'Pier'.
No que respeita à divisão do post "por partes", é uma técnica como outra qualquer, não tem o minimo significado em termos qualitativos; sugiro, portanto, que tente concentrar-se para não confundir...

Cumprimentos,

12:48 da manhã  
Blogger Hugo said...

Sempre às ordens.
Aqui vai outro reparo: não assentei. "Afirmei". Erros em línguas que não se domina acontecem. Erros na língua pátria não se perdoam.
A talho de foice, eis uma perplexidade: é espantosa a semelhança estre esta análise e a sinopse disponibilizada no sítio web oficial de Nani Moretti. Mera coincidência, certamente.

12:58 da tarde  
Blogger Tiago Barra said...

Caro Hugo Alves

Das suas palavras oferece-me dizer o seguinte :

Quanto ao seu reparo :

Não compreendi as suas palavras (nem mesmo do ponto-de-vista da seriedade intlectual das ideias que defende)
A aplicação de duas palavras de sentido sinónimo não é "erro" (nem aqui nem na China).

Quanto à sua perplexidade :

"Quem alega deve provar". (Sugestão : coloque o link do sítio web oficial que cita para que todos possamos constatar a veracidade das suas palavras).

Sendo Jurista e Advogado, não é demais recordar-lhe estas noções legais (básicas) de Contencioso (se não as aplica no dia-a-dia da sua profissão deveria ao menos recordar-se do que aprendeu na faculdade)

Acresce que é profundamente deselegante e pouco sério deixar alegações sem fundamento cabal para as sustentar.

Grato pela visita,
TB

3:11 da manhã  
Blogger Hugo said...

Eis o link (apenas disponível em italiano)

http://ec.eurecom.fr/~giorcell/Nanni/Films/carodiario.html

Como verá, trata-se de um texto com similitudes quer na forma de apresentação do filme, quer em algumas frases. Reitero que será mera coincidência. Prezo a sua seriedade intelectual e sei que não teria consciência da existência deste sitío web.

Uma achega: STROMBOLI. Notou que é um piscar de olhos ao magnífico "Stromboli" de Roberto Rossellini? Eis o exemplo de que a citação cinféfila não carece de recriação de cenas.

11:39 da manhã  
Blogger Tiago Barra said...

Tomando conhecimento do sitío web que nos colocou à disposição ficou entendido o desiderato com que nos escreveu.
Pois bem, não se vislumbra qualquer tipo de confusão entre o meu texto (escrito em português) e o desse sitío web (escrito em italiano), além do mais, de lá não consta qualquer frase similar; nem se trata de "mera coincidência", como disse.

Quanto à sua achega :

"Stromboli" de Rosselini não é "magnífico" nem é o que de melhor fez esse grande realizador de cinema, basta lembrar temas como "Roma, città aperta"(1945) que foi a primeira obra-prima do neo-realismo transalpino (lembre-se daquele padre a ser morto sob o olhar amedrontado das crianças) ou "Europa'51"(1952) (onde a actriz Ingrid Bergman acaba "beatificada" por toda uma população) -
Aproveito a ocasião para lhe dizer que não basta ver cinema de autor - as opiniões cinéfilas carecem de sensibilidade para separar o trigo do joio no que à Humanidade concerne...

Saudações cinéfilas,
TB

1:54 da tarde  
Blogger Hugo said...

"Roma città aperta" não é um tema. É um filme.

Quanto ao cinema de autor: é verdade. Mas convenhamos que o cinema mainstream só serve para distrair a vista.

Saudações

2:17 da tarde  

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